Retrato-auto-falhado

Cearense [Limoeiro do Norte / 1979] bancário, historiador e escritor; doutor em história social (Universidade Federal do Ceará), estudioso das relações entre história e literatura. Autor de obras poéticas, de reuniões de contos (ou "exercícios barrocos"), de estudos historiográficos e literários, além de diversos livros coletivos (como autor e co-organizador). "Esta solidão aberta que trago no punho" (poesia), de 2019, foi semifinalista do Prêmio Oceanos de Literatura 2020.
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Vivo neste lugar que me dei. Minha casa é este murmúrio que guarda aprendizado das pequenas crias do chão e do ar. Habito na comunhão e na dor das coisas descientes de valia. Não sei outro existir que me ponha vivência.
Mas que não me tomem fora do mundo: de meu lugar oiço os que gritam e lhes sou irmão quando com seus punhos civis esmurram as pedras-mudas da necessidade. Não me tomem pelo que não sou, não me compreendam pela face da estátua de que se julguem diante. "Eu sou uma corda, não um ornato".